terça-feira, 9 de março de 2010


No mês que comemora o dia Mundial da Água, é importante lembrar e entender sobre a Transposição do Rio São Francisco. Saiba mais sobre esta polêmica no Brasil.Uma polêmica: um antigo projeto de transposição do Rio São Francisco refere-se a construção de dois canais que totalizam 700 quilômetros de extensão, numa parte das águas do rio, que está orçado atualmente em R$ 6,5 bilhões.O projeto consite na transferência de águas para abastecer açudes e pequenos rios no Nordeste. Teoricamente, perante ao projeto, este irrigará a região e semi-árida do Brasil. Segundo cálculos da Transposição, cerca de 60 metros cúbicos por segundo de vazão aos açudes e pequenos rios da região, seriam gerados através do o rio São Francisco.Estados do Brasil como Paraíba, rio Grande do Norte e Ceará, serão os beneficiados pela Transposição. Políticos destes Estados defendem o projeto. Desde a época de Dom Pedro II existe a idéia de transposição das águas, como solução para a seca do nordeste.O projeto prevê a construção de dois canais, sendo que um deles, o leste, terá cerca de 220 km, e trará água ao estado de Pernambuco e levará água também para a Paraíba.O canal norte, por sua vez, terá 402 km, e também beneficiará Pernambuco e Paraíba, mais o Ceará e o Rio Grande do Norte. Com previsão de beneficiar 12 milhões de pessoas, o projeto prevê a captação de 1,4% da vazão de 1.850 metros cúbicos por segundo (m³/s).
O Projeto de Transposição do Rio São Francisco não é uma ideia nova. Ampliado no governo Lula, ele existe há décadas. O plano básico é construir dois imensos canais ligando o rio São Francisco a bacias hidrográficas menores do Nordeste, bem como aos seus açudes. A seguir, seriam construídas adutoras, com o objetivo de efetivar a distribuição da água. De acordo com o governo federal, o projeto seria a solução para o grave problema da seca no Nordeste, pois distribuiria água a 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte - uma população de 12 milhões de nordestinos. O prazo para realização do projeto é de 20 anos, a um custo total estimado, até meados de 2009, em R$ 4,5 bilhões. A transposição, contudo, tem sido criticada por ambientalistas e representantes de outros setores da sociedade, incluindo a Igreja Católica. A resposta do governo é de que o número de empregos criados, direta e indiretamente, graças ao projeto, bem como a solução do problema da seca derrubam toda e qualquer crítica. Além da interligação das bacias, o governo também pretende executar um projeto de recuperação do rio São Francisco e de seus afluentes, pois vários desses rios sofrem problemas de assoreamento, decorrentes do desmatamento para agricultura.